20. AS KALOURADAS
Além
da recepção oficial promovida pela Universidade, duas outras
tradições tinham o objetivo de promover a entrada simbólica dos
novos alunos da UEG-Formosa na comunidade acadêmica: o trote e a
Kalourada. O trote não passava de uma bagunça que humilhava os
calouros e era mal vista por alguns cursos. A Kalourada, por outro
lado, recebia elogios, era apoiada pela Universidade e se tornou uma
tradição de respeito.
* * * *
CALOURADA E TROTE
No
ensino superior, duas práticas contraditórias marcam a recepção
dada aos novos alunos por aqueles que serão seus colegas. A primeira
é o trote, um ritual que teve origem na Idade Média e se baseia na
humilhação atroz dos recém-chegados (os chamados calouros).
Eles têm os cabelos cortados, são lambuzados com tinta ou lama,
aterrorizados, colocados em posições vexaminosas e obrigados a
tomar atitudes constrangedoras. Como muitos trotes descambam para a
violência, passaram a ser cada vez mais desestimulados e coibidos.
Depois
do trote, vem a festa com ares de homenagem e verdadeiras boas
vindas. É a chamada calourada.
Na
UEG-Formosa, o trote ainda é praticado, mas não por todos os
cursos. A calourada, por sua vez, é aberta a toda a comunidade
acadêmica e possui uma particularidade: chama-se Kalourada (com “K”
mesmo). Trata-se de um evento que já foi elogiado por seu tamanho e
organização.
TROTE SOLIDÁRIO
Como
o trote não é considerado uma prática salutar, a Administração
Central da UEG estimula outras formas de recepcionar os seus novos
alunos. Desde 2013, a Universidade promove a campanha Trote
Solidário - Doe leite pela vida, que coleta caixas de leite para
serem doadas à Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG).
A UEG-Formosa apoia a campanha e coletou 386 litros de leite no
início de 2015. Outras campanhas menores de trote solidário são
realizadas em vários campi da UEG.
A PRIMEIRA KALOURADA
Restaram
pouco registros históricos das primeiras Kalouradas e é difícil
saber não só como foram realizadas, mas também quando. Duas
informações dão a entender que a primeira Kalourada foi realizada
em 2006. Primeira: a página eletrônica do curso de História da
UEG-Formosa noticiou em 2012 a realização da VII Kalourada, o que
colocaria 2006 como o provável ano da primeira edição do evento.
Segunda: em uma página da internet sobre música eletrônica
(Fusionteam), está dito que o DJ Hool se apresentou na
Kalourada da UEG-Formosa em “2006/2007 e 2008” (sic). Como são
informações limitadas, não é possível dizer com absoluta certeza
que a Kalourada de 2006 foi a primeira, embora isso pareça,
realmente, o mais provável.
KALOURADA COM K
Por
alguma razão, a Kalourada da UEG-Formosa adotou o K como sua letra
inicial. Provavelmente, um artifício para despertar maior
curiosidade e interesse pelo evento. A ideia foi muito bem aceita
pelos alunos. A letra tornou-se um dos símbolos da festa e também
foi usada como seu logotipo.
MOVIMENTO ESTUDANTIL
Um
dos principais objetivos da Kalourada era a arrecadação de dinheiro
para sustentar as atividades do movimento estudantil na UEG-Formosa.
Os lucros da festa eram divididos entre os Centros Acadêmicos e
podiam ser usados de diversas formas. Os Centros Acadêmicos também
têm direito a receber recursos financeiros do DCE, mas houve anos em
que essa transferência de recursos simplesmente não foi efetuada.
A
Kalourada não era um evento de
realização simples e houve anos em que o movimento estudantil não
esteve completamente unido para promovê-lo. Em 2013, o evento nem
foi realizado. Desentendimentos entre os organizadores da festa
podiam acontecer. Quando estes desentendimentos se agravavam, o
movimento corria o risco de se dividir e, consequentemente, se
enfraquecer.
DETALHES DAS ÚLTIMAS KALOURADAS
2010
(Espaço Aracoara)
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Em indiscutível demonstração de boas vindas, os calouros pagaram
ingressos mais baratos. Para eles, a meia-entrada custava R$ 8,00.
Para os veteranos, o valor era de R$ 10,00.
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Foram usados slogans relacionados à importância da mobilização
político-acadêmica (“por uma UEG que se mobiliza” e “recebendo
os novatos na UEG e financiando a existência dos movimentos
estudantis”).
2011
(Espaço Aracoara)
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A festa teve um atrativo todo especial: uma moto foi sorteado entre
os presentes.
2012
(Caiçara Festas)
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O ingresso não tinha preço elevado (R$ 15,00) e vários foram
sorteados pela internet.
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Quem estava na festa podia colar em sua roupa um adesivo vermelho,
amarelo ou verde. Cada cor tinha um significado: vermelho era
indicação para “nem rola”, amarelo para “quem sabe” e verde
para “tô livre”.
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Neste ano, o C.A. de Pedagogia não participou da organização da
festa.
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Trote e Kalourada são práticas bem diferentes (e até opostas), mas
o cartaz da Kalourada mostrava um jovem com o rosto pintado.
2014
(Caiçara Festas)
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A festa foi realizada em maio (nos anos de 2010, 2011 e 2012 havia
sido realizada em abril).
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Assim como em 2012, foram distribuídos os adesivos vermelho, amarelo
e verde.
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Os 100 primeiros a chegar na festa ganharam uma caneca da Kalourada.