Dia 20


20. AS KALOURADAS

Além da recepção oficial promovida pela Universidade, duas outras tradições tinham o objetivo de promover a entrada simbólica dos novos alunos da UEG-Formosa na comunidade acadêmica: o trote e a Kalourada. O trote não passava de uma bagunça que humilhava os calouros e era mal vista por alguns cursos. A Kalourada, por outro lado, recebia elogios, era apoiada pela Universidade e se tornou uma tradição de respeito.

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CALOURADA E TROTE
 
No ensino superior, duas práticas contraditórias marcam a recepção dada aos novos alunos por aqueles que serão seus colegas. A primeira é o trote, um ritual que teve origem na Idade Média e se baseia na humilhação atroz dos recém-chegados (os chamados calouros). Eles têm os cabelos cortados, são lambuzados com tinta ou lama, aterrorizados, colocados em posições vexaminosas e obrigados a tomar atitudes constrangedoras. Como muitos trotes descambam para a violência, passaram a ser cada vez mais desestimulados e coibidos.

Depois do trote, vem a festa com ares de homenagem e verdadeiras boas vindas. É a chamada calourada.

Na UEG-Formosa, o trote ainda é praticado, mas não por todos os cursos. A calourada, por sua vez, é aberta a toda a comunidade acadêmica e possui uma particularidade: chama-se Kalourada (com “K” mesmo). Trata-se de um evento que já foi elogiado por seu tamanho e organização.

TROTE SOLIDÁRIO

Como o trote não é considerado uma prática salutar, a Administração Central da UEG estimula outras formas de recepcionar os seus novos alunos. Desde 2013, a Universidade promove a campanha Trote Solidário - Doe leite pela vida, que coleta caixas de leite para serem doadas à Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG). A UEG-Formosa apoia a campanha e coletou 386 litros de leite no início de 2015. Outras campanhas menores de trote solidário são realizadas em vários campi da UEG.

A PRIMEIRA KALOURADA

Restaram pouco registros históricos das primeiras Kalouradas e é difícil saber não só como foram realizadas, mas também quando. Duas informações dão a entender que a primeira Kalourada foi realizada em 2006. Primeira: a página eletrônica do curso de História da UEG-Formosa noticiou em 2012 a realização da VII Kalourada, o que colocaria 2006 como o provável ano da primeira edição do evento. Segunda: em uma página da internet sobre música eletrônica (Fusionteam), está dito que o DJ Hool se apresentou na Kalourada da UEG-Formosa em “2006/2007 e 2008” (sic). Como são informações limitadas, não é possível dizer com absoluta certeza que a Kalourada de 2006 foi a primeira, embora isso pareça, realmente, o mais provável.

KALOURADA COM K

Por alguma razão, a Kalourada da UEG-Formosa adotou o K como sua letra inicial. Provavelmente, um artifício para despertar maior curiosidade e interesse pelo evento. A ideia foi muito bem aceita pelos alunos. A letra tornou-se um dos símbolos da festa e também foi usada como seu logotipo.

MOVIMENTO ESTUDANTIL

Um dos principais objetivos da Kalourada era a arrecadação de dinheiro para sustentar as atividades do movimento estudantil na UEG-Formosa. Os lucros da festa eram divididos entre os Centros Acadêmicos e podiam ser usados de diversas formas. Os Centros Acadêmicos também têm direito a receber recursos financeiros do DCE, mas houve anos em que essa transferência de recursos simplesmente não foi efetuada.

A Kalourada não era um evento de realização simples e houve anos em que o movimento estudantil não esteve completamente unido para promovê-lo. Em 2013, o evento nem foi realizado. Desentendimentos entre os organizadores da festa podiam acontecer. Quando estes desentendimentos se agravavam, o movimento corria o risco de se dividir e, consequentemente, se enfraquecer.

DETALHES DAS ÚLTIMAS KALOURADAS

2010 (Espaço Aracoara)

- Em indiscutível demonstração de boas vindas, os calouros pagaram ingressos mais baratos. Para eles, a meia-entrada custava R$ 8,00. Para os veteranos, o valor era de R$ 10,00.

- Foram usados slogans relacionados à importância da mobilização político-acadêmica (“por uma UEG que se mobiliza” e “recebendo os novatos na UEG e financiando a existência dos movimentos estudantis”).

2011 (Espaço Aracoara)

- A festa teve um atrativo todo especial: uma moto foi sorteado entre os presentes.

2012 (Caiçara Festas)

- O ingresso não tinha preço elevado (R$ 15,00) e vários foram sorteados pela internet.

- Quem estava na festa podia colar em sua roupa um adesivo vermelho, amarelo ou verde. Cada cor tinha um significado: vermelho era indicação para “nem rola”, amarelo para “quem sabe” e verde para “tô livre”.

- Neste ano, o C.A. de Pedagogia não participou da organização da festa.

- Trote e Kalourada são práticas bem diferentes (e até opostas), mas o cartaz da Kalourada mostrava um jovem com o rosto pintado.

2014 (Caiçara Festas)

- A festa foi realizada em maio (nos anos de 2010, 2011 e 2012 havia sido realizada em abril).

- Assim como em 2012, foram distribuídos os adesivos vermelho, amarelo e verde.

- Os 100 primeiros a chegar na festa ganharam uma caneca da Kalourada.