16. O COLISEU
A
mobilização da comunidade acadêmica para a construção do
auditório foi uma das maiores já vistas na UEG-Formosa. A obra não
foi concluída e a estrutura incompleta que foi erguida recebeu o
apelido de Coliseu. Naquele local foram realizadas diversos eventos,
apesar de faltarem condições adequadas. O Coliseu inspira
sentimentos de frustação, mas também traz boas lembranças.
Entrou, definitivamente, para a história da UEG-Formosa.
* * * *
A CAMPANHA INICIAL
O
auditório da UEG-Formosa começou a ser construído por iniciativa
da própria comunidade acadêmica
no ano de 2002.
Uma
campanha promovida
pela Diretora Arlete Botelho uniu professores, alunos e servidores
técnico-administrativos e, em alguns meses, ergueu a estrutura
inicial, que era consideravelmente grande. Foram muitas as doações
da sociedade formosense e também as vendas de rifas. Até um
automóvel novo chegou a ser rifado.
A
campanha também promoveu enormes coletas de garrafas pet
e latinhas de alumínio. Uma espécie de grande gaiola foi posta no
campus para que lá fossem colocados estes objetos, que depois eram
vendidos. Com todo o dinheiro arrecadado, foi possível levantar
parte do prédio, mas sem acabamento nenhum e também sem a cobertura
(que seria colocada apenas na gestão de Marisa Cayser).
Praticamente
toda a comunidade acadêmica mobilizou-se e queria contribuir para o
êxito da campanha. A importância do auditório para o campus
parecia inegável. A Direção publicava prestações de contas
periódicas, pois havia muito interesse em saber como estava sendo
usado o dinheiro e em que estágio estava a obra.
No
final da gestão de Arlete Botelho, o ânimo começou a diminuir.
Depois de tanto esforço, a obra não havia avançado tanto quanto
era esperado e o sentimento de frustração afetou negativamente a
campanha. De 2005 em diante, o trabalho desacelerou até ser
interrompido completamente.
O APELIDO "COLISEU"
Como
a obra não tinha acabamento e cobertura, parecia uma ruína antiga.
Em razão dessa semelhança surgiu o apelido Coliseu. A encenação
de uma peça teatral da Grécia antiga no auditório consolidou a
nova denominação. O termo foi assimilado tão bem que passou a ser
usado até em anúncios oficiais de eventos realizados no local.
A EMENDA DO DEPUTADO PEDRO CHAVES
Em
2008, uma notícia deu novo ânimo para os defensores da construção
do auditório. Uma emenda do deputado federal Pedro Chaves ao
Orçamento Geral da União, no valor total de 600.000 reais,
beneficiava às Unidades Universitárias de Formosa, Posse e Campos
Belos. A metade do valor era destinada às obras do auditório da
UEG-Formosa.
Embora
as expectativas tenham se renovado, a comunidade acadêmica se
mostrou também um tanto desconfiada. Já havia passado por uma
frustração e não tinha certeza de que a emenda era suficiente para
o reinício da obra e sua rápida conclusão.
Realmente,
a obra continuou sem andamento. Por vários anos, o que houve foram
apenas poucos avanços, justificativas burocráticas e insatisfação
por parte da comunidade acadêmica. A última boa notícia veio em
julho de 2014. Foi a autorização para o processo licitatório
assinado pelo Reitor. O processo, depois, voltou a desacelerar.
INSATISFAÇÃO
Entre
as razões para a insatisfação da comunidade acadêmica da
UEG-Formosa, estavam as previsões que não se confirmavam em relação
ao Coliseu. No primeiro semestre de 2014, por exemplo, o Jornal UEG
(número 10), publicado pela própria Universidade, relacionava um
conjunto de obras previstas para os anos seguintes. Uma ilustração
gráfica apresentava o item “Auditórios e Bibliotecas” e seu
subtítulo era “R$ 18,5 milhões”. Em seguida, um texto informava
onde seriam construídos auditórios e bibliotecas “até 2016”.
Formosa era o primeiro campus listado.
Embora
o prazo estipulado pela notícia não tivesse se esgotado, a demora
no reinício das obras e a informação de que a verba da emenda do
deputado Pedro Chaves poderia ser perdida caso a demora persistisse
levaram a comunidade acadêmica a se mobilizar mais uma vez. Um
manifesto em estilo de abaixo-assinado foi entregue ao Reitor. O
documento solicitava a retomada das obras e continha 669 assinaturas
de professores, alunos e servidores técnico-administrativos.
A
mesma edição do Jornal UEG que noticiou a construção do auditório
até 2016 também previa 14 milhões de reais para a reforma de
prédios em alguns campi, entre os quais a UEG-Formosa. São várias
as reformas necessárias. Em especial, a biblioteca (seu tamanho
precisa ser, no mínimo, triplicado), a quadra de esportes (está
totalmente depredada e precisa ser reconstruída), a casa dos
professores (possui graves infiltrações no teto) e a área
administrativa (a ampliação é necessária para propiciar um
trabalho burocrático mais dinâmico). A comunidade acadêmica
aguarda ansiosamente estas melhorias.
AS ALTERNATIVAS
Mesmo
inacabado, o Coliseu é usado pela comunidade acadêmica para a
realização de eventos e outras atividades. Outra opção no campus
é o pátio, que já sediou debates entre candidatos a prefeito de
Formosa, entre candidatos a Reitor da UEG e entre candidatos a
Diretor da UEG-Formosa. A principal vantagem do pátio, chamado por
alguns de espaço de convivência, é contar com os serviços
da cantina.
Fora
do campus, a principal opção era o auditório da Prefeitura.
Durante anos, sediou a maioria das grandes atividades da
UEG-Formosa e era considerado uma extensão informal do campus.
Outras instituições que também já abrigaram eventos acadêmicos
foram a Câmara Municipal, CTG, Formosa Tênis Clube, AABB, Colégio
Visão, Colégio dos Sagrados Corações, OAB, Museu Couros e Maison
Festas. Também fazem parte desta história de 30 anos.
O JORNALZINHO "COLISEU"
O
curso de História publicou, de 2010 a 2013, um jornalzinho
intitulado Coliseu em homenagem ao auditório inacabado do
campus. Suas notícias eram relacionadas não só ao próprio curso,
mas também ao campus e à Universidade em geral. Como era afixado
nos corredores de toda a UEG-Formosa, os seis cursos o conheciam.
Foram publicados 36
números (o primeiro em fevereiro
de
2010 e o último em dezembro
de 2013).