Dia 21


21. A ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES

Em dezembro de 2006, foi fundada a Associação dos Professores da UEG-Formosa (APUEG-Formosa). Pela primeira vez, havia uma entidade dedicada à defesa dos direitos do corpo docente do campus e também ao debate crítico sobre a realidade interna da Universidade. Era a superação da fase em que indivíduos agiam de forma isolada e pequenos grupos se articulavam circunstancialmente. Enquanto existiu, a Associação dos Professores deu contribuição notável para que Unidade Universitária de Formosa se mobilizasse melhor e discutisse mais sobre si mesmo e sobre toda a UEG.

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A FUNDAÇÃO

No ano de 2006, houve atrasos seguidos no pagamento de salários dos professores da UEG-Formosa. Em reuniões realizadas para tratar deste assunto, surgiu a ideia de fundar uma associação que defendesse os direitos dos profissionais de ensino da instituição. Os preparativos duraram alguns meses. No final daquele ano, com a presença de vários professores que estavam no campus para participar de uma reunião de Congregação, foi fundada oficialmente a Associação dos Professores da UEG-Formosa (APUEG-Formosa). A data era 16 de dezembro.

O número de associados cresceu rapidamente. A Associação tinha uma página eletrônica na internet, publicava um jornalzinho mensal e convocava assembleias periódicas. Era a primeira vez que havia uma mobilização profissional desta envergadura na UEG-Formosa.

ESTRUTURA INTERNA DA ASSOCIAÇÃO
 
O Estatuto da Associação previa a realização de Congressos e Assembleias Gerais. O Congresso devia ser realizado de dois em dois anos e tratava apenas de três assuntos: eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal, anuidade dos associados e mudanças no Estatuto. Qualquer outro assunto devia ser tratado na Assembleia Geral.

A Diretoria era composta por sete associados. Além do Presidente e do Vice-Presidente, havia cinco Diretores que lidavam com temas específicos: Comunicação, Defesa e Valorização do Magistério, Relações Institucionais, Eventos e Finanças. O Conselho Fiscal era composto por três associados.

OS TRÊS PRESIDENTES
 
FÁBIO SANTA CRUZ: Ajudou a fundar a Associação dos Professores em 2006 e foi eleito o seu primeiro Presidente. Foi também Vice-Presidente e Diretor de Comunicação.

MARIANA APARECIDA VILELA: Trabalhava na UEG-Formosa desde a época da FECLISF. Foi Coordenadora do curso de licenciatura curta em Ciências e elaborou projetos que deram origem a dois cursos de Matemática na UEG-Formosa (o regular e o da LPP). Exerceu liderança notável nestes dois cursos. Foi eleita Presidente da Associação dos Professores no início de 2010.

ELTON ANDERSON SANTOS DE CASTRO: Ingressou na UEG no mesmo ano em que a Associação dos Professores foi fundada e logo deu apoio à mobilização de sua classe profissional. Em 2010, foi aprovado em concurso público da UEG. No ano seguinte, foi eleito Presidente da Associação dos Professores.

MOBILIZAÇÕES
 
2007: A Associação dos Professores convocou uma paralisação de um dia em defesa de melhores condições de trabalho. Na mesma época, doze Unidades Universitárias da UEG estavam em greve.

2009: Em protesto contra o atraso de cinco meses no pagamento dos salários de professores recém-contratados, a Associação dos Professores convocou paralisação de cinco dias. Foi a maior mobilização promovida pela entidade.

2011: Com o apoio da Associação dos Professores, os Coordenadores dos seis cursos interromperam suas atividades durante uma semana. Reivindicavam o pagamento da gratificação pelo exercício da coordenação.

2012: A Associação apoiou a mobilização dos professores que reivindicavam reajuste salarial. O governo havia reajustado, pouco tempo antes, apenas os salários dos professores concursados.

A mobilização de 2012 acirrou disputas em torno da Associação e a radicalização de posicionamentos provocou o afastamento de associados. Teve início, então, a fase decadente que levou ao fim da entidade.

A PARALISAÇÃO DE 2009
 
A paralisação de 2009 foi a maior mobilização convocada pela Associação dos Professores. Durou cinco dias e, ao final, se declarou bem sucedida (não por ter levado o governo a tomar qualquer atitude, mas por ter posto a Unidade Universitária de Formosa entre aquelas que demonstravam maior espírito crítico e reclamavam com veemência dos graves problemas da UEG).

No período diurno, não houve aulas e o campus ficou quase vazio. No período noturno, alunos e professores se reuniam no pátio e discutiam sem restrições a situação da Universidade. Um enorme tecido preto foi colocado na frente do campus em sinal de protesto. A mobilização chegou ao seu auge na noite em que se deslocou para a Câmara Municipal.

O que a mobilização buscava na Câmara era apoio. E obteve. Todos os vereadores afirmaram publicamente que apoiavam os protestos. Até o líder do governo na Câmara, que era do mesmo partido do Prefeito de Formosa e do Governador do Estado, declarou que as reivindicações eram justas. O plenário, que estava lotado de alunos e professores, aplaudiu com entusiasmo várias vezes. Dias depois, uma moção de apoio foi enviada pela Câmara Municipal à Associação dos Professores.

Na última noite, que foi chamada de Noite da Vitória, a mobilização tomou conta da rua em frente à UEG-Formosa com o apoio de um carro de som. Foi muito comemorado o fato de não ter havido nenhum ato de vandalismo durante os cinco dias. Os protestos foram encerrados com a clara sensação de que aquela comunidade acadêmica, dali em diante, teria postura cada vez mais crítica nos debates internos da Universidade.

A ÚLTIMA DECISÃO
 
Em 2013, a Associação dos Professores, já muito desmobilizada, decidiu doar o que restava de seus recursos financeiros para o movimento grevista da UEG-Formosa. A doação foi anunciada durante ato público promovido pelo Comando de Greve na Praça Rui Barbosa. Uma última decisão que estava de acordo com todas as paralisações promovidas anteriormente pela Associação.