Dia 11


11. AS LICENCIATURAS PARCELADAS

Logo depois de ser fundada, a UEG assumiu a missão de oferecer cursos superiores, em condições especiais, para o grande número de professores goianos que não eram graduados (os chamados professores leigos). Foram criadas, então, as Licenciaturas Plenas Parceladas (LPPs). A UEG-Formosa foi sede de algumas destas licenciaturas, que eram conhecidas no campus apenas como parceladas e se tornaram parte importante da história da instituição.

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A LICENCIATURA PLENA PARCELADA (LPP)

No fim da década de 1990, cerca de 68% dos profissionais que lecionavam na educação goiana eram os chamados professores leigos, isto é, profissionais que não haviam se formado em um curso superior de licenciatura. Para dar formação acadêmica apropriada a estes profissionais, o governo estadual instituiu o programa Universidade para os Trabalhadores da Educação, que incumbia a UEG de desenvolver as chamadas Licenciaturas Plenas Parceladas (LPPs). Estas licenciaturas eram cursos superiores que possuíam métodos diferenciados. Levavam em consideração a experiência profissional dos professores leigos e eram concluídos em três anos.

De 1999 a 2014, as LPPs formaram milhares de professores leigos. Os profissionais sem diploma de curso superior passaram a ser uma minoria na educação goiana e o impacto desta ampla mudança logo deveria se fazer sentir. Houve críticas à qualidade dos cursos, que pareciam ser muito apressados. A Secretária de Educação do Estado de Goiás à época reagiu a estas críticas:

Nós estávamos muito acostumados com a academia mais rígida, dos quatro anos em sala de aula. As LPPs eram uma inovação, no sentido de que existiam os professores que atuavam em sala de aula, trazendo suas experiências que enriqueciam o projeto. Algumas pessoas ficaram preocupadas, lançaram a suspeita de que este poderia ser um curso aligeirado, superficial e que não tivesse a profundidade acadêmica de um curso tradicional. Isso era um engano. Nós estávamos lidando com professores em sala de aula, com problemas do dia a dia. As críticas que eventualmente surgiram foram pelo estranhamento de um modelo novo. (Revista UEG Viva, ano 1, n. 1, p. 55)

Para desenvolver as LPPs, a UEG estabeleceu uma série de convênios. Os mais importantes foram firmados com a Secretaria Estadual de Educação, com a Associação Goiana de Municípios (AGM) e com o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Goiás (SINEPE), que representava o ensino privado. Nas cidades em que a UEG não estava instalada, podia ser criado um Pólo Universitário para que a LPP pudesse funcionar. O Pólo tinha existência provisória, ao contrário das Unidades Universitárias. Alunos de várias cidades em que não havia Pólo ou Unidade Universitária se esforçavam para estudar nas LPPs mais próximas. A mobilização e movimentação de estudantes e professores era intensa.

A PARCELADA EM FORMOSA

Na Unidade Universitária de Formosa, a LPP (que era chamada apenas de parcelada) funcionava nas sextas-feiras e sábados. Alunos das licenciaturas regulares e licenciaturas parceladas, somados, eram numerosos e, quando não estavam nas salas de aula, provocavam grande movimentação no pátio e nos arredores da Unidade Universitária. Embora fossem todos colegas de ensino superior e não houvesse rivalidade entre os dois grupos, o mais comum era que interagissem pouco. Nos meses de janeiro e julho, os alunos das licenciaturas regulares estavam em férias ou recesso e as aulas da licenciatura parcelada passavam a ser diárias.

A UEG-Formosa promoveu várias formaturas de licenciaturas parceladas e o número de formandos era considerável. Em 2003, a LPP de Pedagogia formou 362 novos profissionais. Estes foram os cursos que tiveram formandos entre 2002 e 2012:

2002
Química
História
Geografia
Letras

2003
Pedagogia

2004
Química
Letras
Matemática

2005
Pedagogia

2006
História
Geografia
Pedagogia
Matemática

2007
Geografia
Letras
Pedagogia
Matemática

2008
História
Letras
Pedagogia
Matemática

2011
Pedagogia
Ciências Biológicas

2012
Ciências Biológicas

A ÚLTIMA FORMATURA DA LPP

A LPP chegou ao fim em 2014. Suas duas últimas formaturas foram realizadas em Goiânia no mês de agosto. Eram 16 novos professores de Letras e 39 de Pedagogia. Ao todo, mais de 29.000 pessoas foram graduadas ao longo de 15 anos e, como professores licenciados, passaram a ter o direito de exercer regularmente sua profissão. Em Formosa, a última formatura foi realizada em 2012. Havia uma única formanda de Ciências Biológicas.